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Turismo


Atualizado em 19/03/2011
Fortaleza de Macapá completa 229 anos
Foto: Reprodução site JN
O mais belo e importante patrimônio militar do Brasil
Considerado o mais belo e importante patrimônio militar do Brasil no período colonial, a Fortaleza de São José de Macapá completa hoje (19) 229 anos. A data coincide com o dia do padroeiro do Estado, São José. Construído para evitar incursões estrangeiras e assegurar a conquista definitiva da Amazônia para os colonizadores portugueses, o Forte está edificado a 18 metros acima do nível do mar, possui em seu interior, paiol de pólvora, hospital, praça de armas, capela e quartinas.
A Fortaleza é a maior fortificação construída pelos portugueses no Brasil e por causa dessa importância histórica e da sua arquitetura que foi elevada à categoria de patrimônio nacional em 1950. Tem 127 mil m² de edificações internas e muralhas de 15 metros de altura.
No interior da fortaleza tudo se organiza em torno da praça principal. Ao redor dela estão dispostas a capela, a cadeia e as casas de soldados e oficiais e nos extremos, as torres de vigia.
A obra começou em 1764 e só ficou pronta em 1782, dezoito anos mais tarde. Índios e, principalmente, negros foram utilizados como mão-de-obra escrava. Parte dessa história está presente na Vila de Curiaú onde vivem apenas os descendentes desses negros que conservam a cultura e a tradição de seus ancestrais.
A construção da Fortaleza de São José de Macapá foi autorizada no reinado de D. José I (Julho/1750 - Fevereiro/1777), que teve como primeiro ministro, o Marquês de Pombal, logo depois da assinatura do Tratado de Madri, que redefiniu os limites das possessões portuguesas na América do Sul.
Erguida estrategicamente na foz, pela margem esquerda do rio Amazonas, que avançam para o Atlântico no final de seu curso, que começa 5.825 quilômetros antes, nos Andes peruanos. A fortificação tinha por função impedir invasões pelo Amazonas.
Segundo o historiador Hermano Araújo, o Forte comporia também uma cadeia de fortificações distribuídas ao longo do rio Amazonas e afluente visando proteção das incursões que estabeleciam comércio do escravo africano com o ouro do Peru. Contudo a Fortaleza de São José de Macapá nunca entrou em combate.
Desde então, o forte reina imponente, como uma espécie de guardião de Macapá.

Estratégia de defesa
A Fortaleza de São José de Macapá foi construída na forma de um quadrado com quatro baluartes pentagonais nos vértices, todos abrigando canhões. Esses baluartes foram a maior novidade bélica quando do início da construção da fortaleza. Permitiriam que o alcance de seus 60 canhões jamais deixasse um ângulo cego para que o inimigo pudesse se proteger.
Além do mais, Portugal tinha desenvolvido uma técnica que permitia dar tiros rentes à superfície da água, o que dificultaria a defesa dos navios invasores, conta o historiador Hermano Araújo, que administra o forte. Mas de lá nunca saiu um tiro. Ninguém invadiu a Colônia pela Foz do Amazonas.
Por influência do que já fizera o francês Sébastien Le Prestre, o Marquês de Vauban, estrategista em defesa, nomeado marechal de França pelo rei Luiz XIV, a Fortaleza de São José foi planejada com várias posições defensivas complementares. De forma que, se o inimigo conseguisse ultrapassar o limite de fogo dos canhões, encontraria sempre uma unidade de defesa.

Mais de 30 mil visitantes em 2010
A Fortaleza continua sendo o centro sócio-cultural e de lazer da cidade. No ano passado foram 31.665 visitantes, sendo a maioria de procedência nacional. A predominância é percebível entre os macapaenses, correspondendo a 55% do total. Quanto à procedência Internacional, a maioria é dos Estados Unidos (31%).
O relatório de avaliação das atividades do setor de visitação turística revela que em 2010, 22% dos visitantes foram americanos e ingleses (22%), franceses (13%), holandeses (11%) e guianenses (8%). Também foi verificada a presença de suíços e italianos.
Os números comprovam a maioria absoluta de turistas nacionais, 28.897 contra apenas 2.768 internacionais. Pelo demonstrativo, 18% são de Belém (PA), 13% de outras cidades, 4% de São Paulo (SP), 2% de São Luís (MA), 2% de Belo Horizonte(MG), 2% do Rio de Janeiro (RJ), 2% de Fortaleza (CE) e 2% são de Brasília (DF).
A gerente da fortaleza, Ana Célia Gomes Rodrigues, relata que o monumento foi projetado sobre o cenário natural da Amazônia, sendo fundamental para compreender a trajetória de defesa e povoamento destas terras.
“Por se tratar de um patrimônio histórico brasileiro e, visando divulgar e manter viva sua história e importância para a sociedade, a Fortaleza de São José de Macapá conta com um setor de visitação que busca desenvolver um trabalho de cunho sócio-histórico-cultural de atendimento direto ao público (turistas), apresentado por meio de visita monitorada cada espaço da estrutura e relatos histórico do patrimônio, permitindo que os visitantes tenham maiores esclarecimentos sobre o mesmo”, frisou Ana Célia.
A preservação do grande forte representa a defesa da própria identidade do povo amapaense.
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Atualizado em 19/03/2011
A cultura de um povo contada através da arte
Foto: Jean Jefferson
Espaço dedicado ao artesão amapaense
Uma variedade de estilo. Assim podemos definir o artesão amapaense. A arte de lhe dar com as diferentes formas em matéria-prima possibilita ao nosso artista um diferencial em relação aos outros. Sementes, madeiras, cerâmica, cipó ganham vida em forma de cadeira, quadros, esculturas, brinquedos e até bijuterias.
Um universo encantador. Mas, ano a pós ano, o artesão amapaense continua sua busca pela valorização da cultura local, agregando traços culturais, históricos e principalmente valor ao produto, favorecendo ao artesão amapaense oportunidade de desenvolvimento econômico e conquista de novos mercados, como os turistas, proporcionando uma melhor qualidade de vida desses artistas.
Hoje (19) o Amapá festeja o seu padroeiro, São José. Enquanto os devotos se curvam diante do santo em pedidos de dias melhores, de paz, saúde e menos violência, os artesãos recorrem também ao Santo carpinteiro na esperança dessa valorização cultural.
Hoje o Estado conta com um espaço verdadeiramente dedico a eles, a Casa do Artesão. Um lugar cheio de costumes e traços que representam a diversidade de nossa rica cultura, em uma variedade de artigos artesanais em argila, fibras vegetais, madeira, minério, sementes, plumagens e raízes e tudo quanto à natureza possa oferecer, onde se transformam em bandejas, chapéus, potes e vasos, lustres e bijuterias.
Riqueza cultural que já ganhou o mundo. Encontramos também cerâmica revestida em pó de manganês. A arte indígena, fazendo com que o artesão crie e interprete o mundo que o cerca, resultando uma gama infinita de peças utilitárias e decorativas de valor artístico e cultural que identificam as raízes e tradições populares deste Estado.
O artesanato indígena é forte no Estado, onde esse povo nos mostra um artesanato de uma filosofia de vida integrada. O artesanato indígena é produzido por várias etnias, com matéria-prima extraída da natureza. Hábeis artesãos, os índios produzem diversos tipos de artefatos para atender suas necessidades cotidianas e rituais.
Os artefatos podem ser simultaneamente adornos, utensílios e símbolos da cultura cujo significado vai muito além do objeto físico. Porém, há alguns anos os povos indígenas têm feito uso da sua cultura material como meio de retorno econômico atraindo turistas e população em geral a comprá-los, beneficiando as Comunidades.

TIPOS DE ARTESANTO AMAPAENSE
Cerâmica: o Amapá dispõe de uma boa variedade de cerâmica dispersos nos diversos municípios do Estado. A cerâmica é feita no torno, queimadas em fornos, tingida com pigmentos naturais e algumas vezes recebem desenhos florais ou arabescos. Ao longo dos anos os artesãos amapaenses foram agregando em suas peças o uso do Manganês, um minério encontrado com facilidade no município adjacente de Serra do Navio. Essa técnica foi desenvolvida há mais de 35 anos nos desenhos das cerâmicas marajoara e tapajônica, além de outros contemporâneos.

Cestaria e traçado: também guarda influência da arte indígena, o traçado é encontrado em todo o Estado, devido à grande diversidade de fibras adequadas: o cipó-titica, sisal, taquara, piaçaba, ouricuri, coqueiro, bambu, junco, vime, cebolão, imbé, tururi, caranã, miriti, timbuaçu, arumã, jacitara e inajá.
Juta: as fibras da família das tilicíceas são usadas na confecção de bolsas, sacolas, bonecas, jogos americanos, tapetes, panos e peças decorativas que guardam um tom rústico.

Cuia: usada tradicionalmente pelos índios como vasilha para água, no Amapá a cuia serve de matéria-prima para confecção de diversos utensílios domésticos, brinquedos, instrumentos musicais e máscaras, muitos com decorações gravadas, pintadas ou incisas.

Balata: escultura feitas com látex dessa árvore encantam crianças e adultos. Com textura semelhante à do couro, elas geralmente reproduzem a figura de animais da fauna amazônica, como boto, o pirarucu, a tartaruga, o macaco e a cobra, além de animais domésticos comuns principalmente nas áreas rurais, como o cavalo e o búfalo.
Miriti: miolo da palmeira conhecida por miritizeiro ou buritizeiro, e usado como matéria-prima para produtos diversificados, de tapetes a bolsas. Porém, estaque, inegavelmente, é para os brinquedos de miriti, leves e de cores fortes.

Tururi: fibra extraída do fruto da palmeira baçu, originalmente usada pelos índios para calafetar embarcações. Serve de matéria-prima para a produção de peças diversas, como bolsas, chapéus, sacolas e bonecas.

Madeira: os produtos encontrados são confeccionados com aparas de madeira (sobras). Os entalhadores trabalham com raízes encontradas nas margens dos rios e em pranchas de madeira (casqueiros) encontrados em serrarias (madeireiras). Outros elementos como pregos, cola, selador, verniz e betumes são utilizados para dar acabamento. (Com informações Maracá Turismo)